DICAS E NOVIDADES

Donanemabe: o que representa a nova droga aprovada para Alzheimer?

Recentemente, a ANVISA aprovou o uso do Donanemabe, uma nova medicação desenvolvida com o objetivo de atuar diretamente na doença de Alzheimer. O anúncio gerou expectativa em torno de novas possibilidades de tratamento, mas também trouxe dúvidas. Afinal, o que essa droga representa de fato? Para quem ela é indicada? E quais são os riscos envolvidos?

Como funciona?

O Donanemabe é um anticorpo monoclonal que age na remoção da proteína beta-amiloide — uma substância que se acumula no cérebro de pessoas com Alzheimer e está relacionada à progressão da doença.

Esse tipo de abordagem busca ir além do alívio de sintomas, interferindo diretamente no curso da condição.

O que dizem os estudos?

Em ensaios clínicos, pacientes que usaram Donanemabe apresentaram uma progressão mais lenta dos sintomas em comparação com aqueles que receberam placebo.

A diferença média foi de 3 pontos em uma escala de 0 a 144 pontos após 72 semanas de uso.

Embora estatisticamente significativa, essa diferença ainda levanta questionamentos sobre seu impacto clínico real na vida dos pacientes.

Além disso, ainda não há dados sobre o efeito da droga a longo prazo.

Efeitos colaterais e riscos

O uso do Donanemabe está associado a efeitos colaterais importantes, como:

  • Cefaleia (dor de cabeça);
  • Edema cerebral;
  • Micro sangramentos — um conjunto de alterações conhecido como ARIA (Anormalidades Relacionadas à Imagem por Amiloide).

Esses efeitos podem variar de leves a graves, sendo necessária uma avaliação rigorosa antes de iniciar o tratamento.

Para quem a medicação é indicada?

Nem todos os pacientes com Alzheimer podem se beneficiar ou estão aptos a receber o Donanemabe. É preciso obedecer alguns critérios para uso:

  • Comprometimento cognitivo leve ou demência leve causada por Alzheimer;
  • Exame PET com marcador de amiloide positivo;
  • Ser heterozigoto ou não portador do alelo E4 da proteína ApoE.

E existem ainda diversas contraindicações:

  • Angiopatia amiloide cerebral;
  • Uso de anticoagulantes;
  • Histórico de AVC;
  • Ser homozigoto para o alelo E4 da ApoE.

Desafios e limitações

Apesar do potencial promissor, o uso do Donanemabe enfrenta importantes limitações no Brasil e no mundo:

  • Alto custo da medicação;
  • Alto custo dos exames necessários para o diagnóstico e acompanhamento;
  • Acesso restrito aos exames de biomarcadores no sistema de saúde;
  • Necessidade de centros especializados para infusão e monitoramento contínuo.

O Donanemabe pode representar um avanço no tratamento da Doença de Alzheimer, principalmente por ser uma droga que atua sobre a fisiopatologia da doença, e não apenas nos sintomas. No entanto, ainda há muitas etapas a serem vencidas.

É preciso entender o impacto clínico real da droga, superar os desafios do acesso ao tratamento e avaliar a relação entre riscos, benefícios e custo.

A chegada de novas terapias é sempre bem-vinda, mas é essencial que as decisões sejam tomadas com base em avaliações clínicas criteriosas, levando em conta as características individuais de cada paciente e os recursos disponíveis.

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